Ensinamento

A definição mais popular de magia é: "A Arte de alterar e moldar a realidade através do poder da vontade".

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Resoluções de uma bruxa


Existe um poema muito bonito de autoria de Rae Beth que se encontra no final do livro A bruxa solitária, ele se chama Resoluções de uma bruxa e vale a pena ser lido:

Que eu seja como a que tece o pano na floresta, profundamente escondida.  
Que eu possa fazer o meu trabalho sem interrupção.  
Que eu seja uma exilada, se é este o sacrifício.  
Que  eu  conheça  a procissão  sazonada do meu  espírito  e do meu  corpo,  e possa  celebrar os 
quartos em cruz, solstícios e equinócios.  
Que cada Lua Cheia me encontre a olhar para cima, nas árvores desenhadas no céu luminoso. 
Que eu possa acariciar flores selvagens, cobri-las com as mãos.  
Que eu possa libertá-las, sem apanhar nenhuma, para viver em abundância.  
Que meus amigos sejam da espécie que ama o silêncio.  
Que sejamos inocentes e despretensiosos.  
Que eu seja capaz de gratidão.  
Que eu saiba ter recebido a alegria, como o leite materno.  Que eu saiba isso como o meu cão, nos ossos e no sangue.  
Que eu fale a verdade sobre a alegria e a dor, em canções que soem como o aroma do alecrim, 
como todo o dia e na antigüidade, erva forte de cozinha.  
Que eu não me incline à auto-integridade e à autopiedade.  
Que eu possa me aproximar dos altos trabalhos da terra e dos círculos de pedra, como raposa 
ou mariposa, e não perturbar o lugar mais que isso.  
Que meu olhar seja direto e minha mão firme. 
Que minha porta se abra àqueles que habitam fora da riqueza, da fama e do privilégio.  
Que  os  que  jamais  andaram  descalços  não  encontrem  o  caminho  que  chega  à minha  porta. 
Que se percam na jornada labiríntica.  
Que eles voltem.  
Que eu me sente ao lado do fogo no inverno e veja as achas brilhando para o que vier, e nunca 
tenha necessidade de advertir ou aconselhar, sem que me peçam.  Que eu possa ter um simples banco de madeira, com verdadeiro regozijo.  
Que o lugar onde habito seja como uma floresta.  
Que haja caminhos e veredas para as cavernas e poços e árvores e flores, animais e pássaros, 
todos conhecidos e por mim reverenciados com amor.  
Que minha existência mude o mundo não mais nem menos do que o  soprar do vento, ou o orgulhoso crescer das árvores.  
Por isso, eu jogo fora minha roupa.  
Que eu possa conservar a fé, sempre.  
Que jamais encontre desculpas para o oportunismo.  
Que eu saiba que não tenho opção, e assim mesmo escolha como a cantiga é feita, em alegria 
e com amor.  
Que eu faça a mesma escolha todos os dias, e de novo.  
Quando falhar, que eu me conceda perdão.  
Que eu dance nua, sem medo de enfrentar meu próprio reflexo.

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