Chegando ao Largo Glênio Peres para aguardar os participantes da IV Marcha pela Vida e Liberdade Religiosa do RS, nos dirigimos à entrada principal do Mercado Público. Em uma primeira olhada, o largo em nada lembrava que um grande evento iria começar ali. Somente o vai e vem de pessoas apressadas passando em um dia quente de verão. Mas um olhar mais apurado, percebia uma cabeça coberta de panos brancos aqui, uma camiseta ali... Até que de repente, de dentro do mercado público pessoas vestindo axós, guias e outros adereços coloridos começaram a sair.
Em menos de dois minutos, os Wiccanos começaram a aparecer. Aqueles que haviam confirmado participação, e alguns, que apenas vinham passando pelo local, e decidiram ficar - mesmo que por algumas horas - e dar o seu apoio.
Éramos cinco pessoas vestidas de preto em um mar de gente vestindo branco. Ali estavam pessoas ligadas à religião afro, cristãos, muçulmanos, judeus, espíritas... E é claro os wiccanos.
A organização do evento é de inciativa das religiões afro, que sofrem grande discriminação e desrespeito. A mobilização foi grande. Aguardamos no sol forte entre as três e cinco horas da tarde a chegada das delegações que viriam de várias partes do estado. Algumas pessoas vieram de outros estados. Enquanto aguardávamos, os organizadores chamavam as pessoas a participar deste dia tão importante. E uma multidão começou a se aglomerar, tentando entender o que estava acontecendo. Relatos de discriminação, manifestações de apoio, agradecimentos... Um por um, os organizadores falavam, e davam espaço para quem quisesse se manifestar. Não havia como não ser ouvido: representantes do Ministério Público Estadual, e da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República estavam ali, apoiando e registrando tudo.
Começamos a caminhada. Um carro de som, com os organizadores e pessoas idosas no alto seguiu os caminhantes, ao som de cantos afros, tambores e chocalhos. Tudo muito bem organizado, acompanhado pelos agentes de trânsito e polícia militar que cuidavam da segurança e organizavam o trânsito.
Chegando ao Largo Zumbi dos Palmares, uma grande roda foi formada. Senti-me como se estivesse no círculo mágico. No centro da roda, uma cesta de flores foi depositada. E os organizadores agradeceram e deram axé a cada entidade representativa que estava ali presente. Inclusive nós. A roda era para fazer uma homenagem a Mestre Borel. Um griot (aquele que guarda as tradições culturais) do povo negro, que havia falecido no ano anterior. Homenagem aos mortos, aos mais velhos, à ancestralidade. E Samhain veio-me imediatamente à cabeça.
Terminada as homenagens, seguimos novamente até a Usina do Gasômetro às margens do rio Guaíba. Lá, a caminhada terminou com uma nova roda, cantos, danças, fogos de artifício, a entrega de presentes a Iemanjá e uma grande confraternização de todos ao som do Hino da Umbanda, que confesso só havia conhecido no dia anterior. E posso dizer a vocês: é muito bonito! Pessoas em círculo, de mãos dadas confraternizando. Ao final, abraços, agradecimentos, desejos de paz e respeito, em uma mistura de shaloms, axés, abençoados sejam e evoés, os Wiccanos cantando “O círculo está aberto, mas não foi quebrado...", tudo coroado pelo maravilhoso pôr-do-sol, que deixa para o próximo ano, um gostinho de quero mais!
Éramos cinco pessoas vestidas de preto em um mar de gente vestindo branco. Ali estavam pessoas ligadas à religião afro, cristãos, muçulmanos, judeus, espíritas... E é claro os wiccanos.
A organização do evento é de inciativa das religiões afro, que sofrem grande discriminação e desrespeito. A mobilização foi grande. Aguardamos no sol forte entre as três e cinco horas da tarde a chegada das delegações que viriam de várias partes do estado. Algumas pessoas vieram de outros estados. Enquanto aguardávamos, os organizadores chamavam as pessoas a participar deste dia tão importante. E uma multidão começou a se aglomerar, tentando entender o que estava acontecendo. Relatos de discriminação, manifestações de apoio, agradecimentos... Um por um, os organizadores falavam, e davam espaço para quem quisesse se manifestar. Não havia como não ser ouvido: representantes do Ministério Público Estadual, e da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República estavam ali, apoiando e registrando tudo.
Começamos a caminhada. Um carro de som, com os organizadores e pessoas idosas no alto seguiu os caminhantes, ao som de cantos afros, tambores e chocalhos. Tudo muito bem organizado, acompanhado pelos agentes de trânsito e polícia militar que cuidavam da segurança e organizavam o trânsito.
Chegando ao Largo Zumbi dos Palmares, uma grande roda foi formada. Senti-me como se estivesse no círculo mágico. No centro da roda, uma cesta de flores foi depositada. E os organizadores agradeceram e deram axé a cada entidade representativa que estava ali presente. Inclusive nós. A roda era para fazer uma homenagem a Mestre Borel. Um griot (aquele que guarda as tradições culturais) do povo negro, que havia falecido no ano anterior. Homenagem aos mortos, aos mais velhos, à ancestralidade. E Samhain veio-me imediatamente à cabeça.
Terminada as homenagens, seguimos novamente até a Usina do Gasômetro às margens do rio Guaíba. Lá, a caminhada terminou com uma nova roda, cantos, danças, fogos de artifício, a entrega de presentes a Iemanjá e uma grande confraternização de todos ao som do Hino da Umbanda, que confesso só havia conhecido no dia anterior. E posso dizer a vocês: é muito bonito! Pessoas em círculo, de mãos dadas confraternizando. Ao final, abraços, agradecimentos, desejos de paz e respeito, em uma mistura de shaloms, axés, abençoados sejam e evoés, os Wiccanos cantando “O círculo está aberto, mas não foi quebrado...", tudo coroado pelo maravilhoso pôr-do-sol, que deixa para o próximo ano, um gostinho de quero mais!
Quinta, 16 de Fevereiro de 2012 17:56
Fonte: http://uniaowiccadobrasil.org.br/index.php/imprensa/noticias/441-wiccanos-na-caminhada-em-porto-alegre-mostram-que-unidos-seremos-fortes
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